SER PAI É CUIDAR
Josué 24, Juízes 6 e Josué 2
A Bíblia é o livro do Pai. A Bíblia é também um livro de pais e filhos.
Há dois pais no Antigo Testamento cujos testemunhos nos ajudam na tarefa da paternidade. Um tem sua biografia narrada em Josué. Outro habita as páginas de Juízes.
Esses pais são Josué e Joás.
1. Seja o pastor da sua casa, como Josué, filho de Num.
Nada sabemos sobre a família de Josué, mas nós o ouvimos cantar:
"Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família [casa] serviremos ao Senhor” (Josué 24.15).
Sabemos pouco sobre Josué e sua família, mas sabemos que o povo levou a sério o seu compromisso e o tornou o seu também. Certamente, o povo olhava para a família de Josué e a respeitava.
Era outro o tempo, tempo em que autoridade não se questionava nem se dividida. Era um tempo em que a família era um valor maior que o indivíduo. Era um tempo em que a religião do pai era a fé dos filhos, sem que isto fosse recebido como invasão de privacidade, uma vez que a idéia do indivíduo ainda não fora inventada, coisa que só apareceria em sua plenitude no século 16.
Então, neste contexto, um pai podia falar por seus filhos. E era natural para os filhos ser conduzidos pelos pais.
E hoje?
Mudou o contexto, mas o desejo pode ser o mesmo. Um pai pode ter o desejo que sua família toda sirva ao Senhor. Ele não pode decidir por seus filhos, mas pode desejar que eles amem a Deus. O pai precisa saber que ele é o pastor dos seus filhos.
Nada há de metáfora aqui. O pai é o pastor mesmo dos seus filhos. Se pastor é o que ensina, o pai ensina aos seus filhos. Se o pastor é o que orienta, o pai orienta os seus filhos. Se o pastor é o que lidera, o pai lidera os seus filhos. Se o pastor é que o alimenta, o pai alimenta os seus filhos. Se o pastor é o que apascenta, o pai apascenta os seus filhos. Se o pastor é o que corrigi, o pai é o que corrigi seus filhos.
Este pastoreio começa com um desejo: desejar pastorear os seus filhos.
Ao desejo, segue-se a decisão: pastorear os seus filhos.
Á decisão, segue-se o empenho, vale dizer, as ações que serão tomadas para que o pastoreio se realize.
Este foi a trilha de Josué.
Você pode dizer: "no que depender de mim, eu e minha família serviremos ao Senhor".
Dito isto, cada um de nós deve se por fazer o que é preciso, com cada família tendo seus próprios desafios.
2. Seja um pai que eduque seu filho, como Joás, pai de Gideão
Gideão foi um juiz-libertador. Sob sua liderança, o povo de Israel obteve muitas vitórias.
O livro de Juízes começa sua biografia com uma visita de um anjo, que o comissiona para a tarefa de libertar do seu povo da opressão.
Quando olhamos para sua história, percebemos discretamente a presença do seu pai, Joás. Como é do seu estilo, a Bíblia apresenta Joás como ele é, sem torna-lo um herói . Joás é mencionado diretamente em dois momentos, um lamentável e outro corajoso.
Duas características do pai de Gideão, no entanto, aparecem indiretamente.
2.1. O relato bíblico começa com Gideão trabalhando no sítio do pai:
"Então o Anjo do Senhor veio e sentou-se sob a grande árvore de Ofra, que pertencia ao abiezrita Joás. Gideão, filho de Joás, estava malhando o trigo num tanque de prensar uvas, para escondê-lo dos midianitas". (Juízes 6.11)
Joás não é do tipo de pai que protege seus filhos ao ponto de lhes esconder a realidade. Como havia necessidade de guerrear e trabalhar, Joás escolheu Gideão para trabalhar e os outros irmãos, mais fortes e mais velhos, para guerrear. Joás sabia valorizar cada filho. Joás sabia distribuir tarefas. Joás sabia que seus filhos precisavam crescer no mundo como ele é, não numa bolha.
Joás é um pai que nos ajuda a ser pais.
2.2. A segunda característica de Joás como pai se evidencia nas marcas emocionais que contribuiu para influenciar em seu filho. Joás ajudou Gideão na sua formação emocional.
Vejamos o que nos diz o autor de Juízes:
"O Senhor se voltou para ele e disse: “Com a força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu quem o está enviando?”
“Ah, Senhor”, respondeu Gideão, “como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família.”
“Eu estarei com você”, respondeu o Senhor, “e você derrotará todos os midianitas como se fossem um só homem”.
E Gideão prosseguiu: “Se de fato posso contar com o teu favor, dá-me um sinal de que és tu que estás falando comigo. Peço-te que não vás embora até que eu volte e traga minha oferta e a coloque diante de ti”. (Juízes 6.14-18a)
Quando olhamos para Gideão, podemos pensar que era um fraco que, miraculosamente, foi tornado um forte. Pode ser. Outra possibilidade, no entanto, é que ele recebeu uma formação por parte do seu pai, que lhe permitia ter uma visão madura de si mesmo. De fato, a ele pertenceu as atividades menos importantes da família. Ele não era o mais velho. Ele não era o mais forte. Mas ele sabia quem era. Não se achava incapaz. Não se achava o mais forte.
Por esta razão, quando recebeu a tarefa, de defender o seu povo, buscou garantias. Tendo-a recebido, seguiu em frente. A percepção que tinha a seu próprio respeito o capacitou a ouvir a voz de Deus. A percepção que tinha a seu próprio respeito fez-lhe ver que o seu lugar não era o lagar. Havia mais e quando chegou a oportunidade de ser mais e fazer mais, abraçou esta oportunidade.
Abrimos a história conhecendo a humildade na pessoa de Gideão. Bastam algumas linhas para nos defrontarmos com um homem ousado, que desafio o próprio anjo de Deus. Ao lado de um grande jovem há sempre um grande pai. Joás foi um grande pai.
2.3. A terceira característica deste pai não é apenas sugerida. É claramente relatada.
Depois de erigir um altar ao Senhor (Juízes 6.22-27), "naquela mesma noite o Senhor lhe disse: “Separe o segundo novilho do rebanho de seu pai, aquele de sete anos de idade”. Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar. Depois faça um altar para o Senhor, o seu Deus, no topo desta elevação. Ofereça o segundo novilho em holocausto com a madeira do poste sagrado que você irá cortar”. Assim Gideão chamou dez dos seus servos e fez como o Senhor lhe ordenara. Mas, com medo da sua família e dos homens da cidade, fez tudo de noite, e não durante o dia".
Joás é o exemplo, no campo espiritual, do pai que ensina uma coisa e faz outra. Ele ensinou a Gideão quem era o Deus que trouxera o povo até aquele momento , livrando-o da opressão no Egito. Ele ensinou ao filho que só devia adorar ao Deus verdadeiro. No entanto, Joás tinha uma religião de segunda a sexta e outra no sábado. De segunda até o pôr-do-sol da sexta, servir a Baal, o deus da fertilidade, o deus da boa colheita. Quando o sábado começa, no início da noite da sexta-feira, Joás servia ao Senhor todo-poderoso. Joás era hebreu, mas, quando a coisa apertava, não titubeava em buscar socorro do outro lado, no lado da idolatria. Joás era daquele tipo de pai que quer que o filho seja o que ele não é; quer que o filho leia a Bilbia, mas não a lê; quer que o filho participe da igreja, mas ele não participa. Joás é o típico pai do que diz: “faça o que eu digo”, "não faça o que eu faço"
Joás não praticava a fé corretamente, mas ensinou a fé certa ao seu filho. E o filho demoliu o altar a Baal, de propriedade da sua família. As pessoas da cidade ficaram indignadas e cercaram a casa de Joás; elas queriam que o filho lhes fosse entregue, para que fosse punido.
Nesta hora, o pai surge em cena, mudando completamente de postura.
"Os homens da cidade disseram a Joás: “Traga seu filho para fora”. Ele deve morrer, pois derrubou o altar de Baal e quebrou o poste sagrado que ficava ao seu lado”.
Joás, porém, respondeu à multidão hostil que o cercava: “Vocês vão defender a causa de Baal? Estão tentando salvá-lo? Quem lutar por ele será morto pela manhã! Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram o seu altar”.
Por isso naquele dia chamaram Gideão de “Jerubaal”, dizendo: “Que Baal dispute com ele, pois derrubou o seu altar”. (Juízes 6.30-32)
Agora, Joás fica ao lado do filho, que fica ao lado do Deus verdadeiro. Joás se deixa ensinar pelo filho .(pois os filhos também ensinam aos pais.)
Agora, Joás fica ao lado do Deus verdadeiro e põe a sua vida em risco, para defender o filho e para ficar ao lado de seu Deus, não importando o preço.
Um bom pai deve estar sempre ao lado do filho. Quando ele fez o que é certo, está ao seu lado, para lhe fortalecer. Quando ele faz o que é errado, fica ao seu lado, não para faze-lo mentir ou fugir de suas responsabilidades, mas para apoiá-lo a não errar mais.
Conclusão:
Devemos buscar sempre em DEUS e na sua palavra, a orientação que precisamos para pastorear nossa família.. Mas o mundo sempre irá se opor a uma família que vive segundo os padrões bíblicos; que não aceita a mentira , que rejeita os conceitos homossexuais , que jamais se renderão aos falsos deuses. Mas querem viver valores que só DEUS aceita , valores de uma família que é dirigida e governada pelo ESPIRITO DE DEUS E POR SUA PALAVRA..
Viva diferente..